sexta-feira, novembro 11

Eu quero ir pra Boiçucanga 2

A viagem

Antes mesmo de sair pra estrada, a Mônica perguntou porque a gente não ficava em Boiçucanga. Mas o projeto era Paraty. O Zé conhecia umas meninas que tinham ido pra lá e acho que imaginava acampar próximo. O projeto dele deu todo errado. Quando passamos de madrugada por Boiçucanga a Mônica nos acordou com a frase que repetiu uma 100 vezes durante o passeio: "Zéééé, eu quero ir prá Boiçucanga, Zééé..." Assim, gritado e cantado ao mesmo tempo, bem pra irritar mesmo. No final dos "passeio" a minha vontade era bater na garota, que tinha lá os seus 15 anos.

Sem bancos, viajamos deitados num colchonete. Rodávamos muito devagar, porque aquela Kombi não corria. Quando chegamos em Caragua, os problemas começaram. Furou o primeiro pneu. Furariam mais dois mesmo antes da divisa com o Rio. Em Paraty, o borracheiro cobrou uma fortuna por um pneu novo. Na divisa com o Rio, hoje parece óbvio que uma Kombi naquele estado de conservação, lotada de moleques cabeludos, ia ser parada pela Polícia. Naquela época não era. Fomos parados, revistados e boa parte da grana ficou lá, com a Polícia.

Naquele calor infernal, a melhor parte da viagem foi tomar banho em um naqueles rios do Litoral Norte que cruzam a Rio-Santos. Conseguimos chegar em Paraty, mas aí a Kombi começou a ratear (A história é longa. Continuo depois)